A minha paixão
Desde muito pequenina que me lembro de gostar de futebol. Nunca me chamaram "maria rapaz", nem era menina de estar com os rapazes nos intervalos. Eu não sei de todo jogar futebol, se der cinco toques seguidos numa bola é com muita sorte. Nas aulas de educação física quando se faziam equipas não era a primeira pessoa a ser escolhida. Mas eu percebo de futebol e desde que iniciei o meu curso em Ciências da Comunicação o meu propósito era e continua a ser o jornalismo desportivo.
Acho que às vezes as pessoas se esquecem que também há jornalismo no desporto e, muitas vezes, o jornalismo é que faz que o desporto se torne mais interessante. Ser jornalista desportivo em Portugal não é tarefa fácil. O conseguir manter-se isento e imparcial em tudo aquilo que se escreve, independetemente da opinião pessoal, é a base deste jornalismo. No entanto, o que mais me incomoda no meio de tudo isto é a forma como o jornalismo desportivo continua a ser desprezado, para muitos não passa de um jornalismo de especulação e sem qualquer importância. Felizmente a opinião está londe de ser unânime e há quem consiga ver para lá das quatro linhas.
Acho que admiro todos os desportos que existem, inclusivé já joguei voleibol durante três longos anos e aprendi muito - aprendi como funciona uma equipa, como as derrotas são as derrotas de todas, como as vitórias são as conquistas de todas e quando um jogador erra, erra a equipa toda. No entanto, tenho de fazer referência ao futebol. O desporto que é sempre tema de conversa nos cafés, nos almoços, no trabalho, nos tempos livres. É capaz de unir famílias, unir pessoas do mesmo clube, que mesmo sem se conhecerem, conseguem estabelecer laços quando se tem o clube em comum. É capaz de acelerar os corações, é capaz de mover multidões. O futebol sempre foi encarado como um modo de vida, capaz de marcar uma sociedade, onde quer que esteja inserido, nunca foi indiferente para ninguém.
Normalmente começamos a gostar de futebol por influência do nosso pai ou do nosso avô, que nos dão a camisola ou o cachecol do clube de coração. Comigo foi um bocadinho diferente… Desde que vi um senhor chamado Nuno Gomes a jogar nunca mais consegui deixar de pensar nisso e, por esta razão, o mundo do futebol fascina-me. Sou uma apaixonada por futebol. Vibro e envolvo-me de tal maneira num jogo como se o clube fizesse parte de mim. Defendo com unhas e dentes este desporto e achamos sempre que a defesa é o melhor ataque. E, com o passar do tempo, transformamo-nos em verdadeiros treinadores. Passamos a conhecer todos os esquemas de ataque e defesa, sabemos quem joga bem e quem devia estar a aquecer o banco. Conseguimos até adivinhar as substituições que vão ser feitas. E, por isso, é que o futebol é tão emocionante. Porque muitas vezes não tem lógica e nem sempre o melhor é quem vence, tal como na vida.
Tenho o jornalismo desportivo no meu coração de uma forma que mal consigo explicar. E preciso de acabar este post com um frase do jornalista Manuel Fernandes Silva: "Para se ser um bom profissional de jornalismo desportivo é necessário desenvolver duas caraterísticas: ser um bom jornalista, respeitando o código deontológico e tudo o que isso acarreta; e possuir alguns conhecimentos de desporto, salientado que “não é necessário perceber tanto de futebol como o José Mourinho, ou de basquetebol como o Michael Jordan."