Crónicas de uma leitora | As pessoas felizes lêem e bebem café
"As pessoas felizes lêem e bebem café" é um dos livros que nunca vai sair da minha estante. Primeiro, chamou-me a atenção por causa do título, porque eu bebo muito café e um dos meus passatempos preferidos é ler. Depois, o livro não tem nada a ver com essas duas coisas. Retrata uma história muito interessante sobre o luto e sobre o pós-luto, no entanto a Agnès Martin-Lugand consegue falar deste tema de uma forma leve.
Conta a história de Diane que ainda se encontra dominada pela dor da perda, um ano depois da morte do marido e da filha num acidente de viação. Sempre entre as quatro paredes da sua casa, abandonou o trabalho no café literário que geria e isolou-se da sua família e dos seus amigos. O seu maior objetivo era esquecer o mundo e esquecer-se, principalmente, de si própria. Um ano depois da morte deles, Diane decide mudar-se para a Irlanda sozinha e é aí que começa todo o processo de voltar a encontrar um sentido para a vida. E é na mudança e no conhecimento de coisas novas que Diane consegue voltar a sentir alguma coisa. Na Irlanda, ela conhece Edward e é aí que tudo muda.
Este livro não foi de todo o que esperava e eu fiquei realmente contente com isso porque não tem o final cliché que toda a gente está à espera de ler. Cuidado com o spoiler, não tem um final feliz e dá mais importância a questões de como é importante superar a dor e voltar a encarar o mundo. É a história de uma mulher que teve de se agarrar à vida da forma como conseguiu. E o amor nem sempre é a resposta para tudo, porque viver só depende de nós. Muita gente acha que ficou alguma coisa por dizer ou por explicar, na minha opinião pessoal não fazia mal nenhum ter um epílogo, mas adorei a forma como a autora contou esta história de superação, que nos deixa uma grande lição.
É de uma leitura muito rápida e muito fácil, conheço pessoas que leram este livro apenas num dia, outras demoraram no máximo 3. Recomendo 100%.
Frase que destaco no livro: "Fazia tudo para me reintegrar no mundo dos vivos e não me entregar a delírios paranóicos".
Convido-vos a ler!