As coisas mais irritantes do Natal
O Natal é a minha época preferida do ano, mas obviamente que nem tudo é um mar de rosas. Existe uma série de coisas que me irritam de tal maneira nesta época natalícia que só me apetece ficar na cama a dormir durante o mês inteiro de dezembro.
A primeira coisa que me irrita é que não interessa onde vamos, que está sempre tudo cheio de gente. É nos centros comerciais, é nas ruas da cidade, é nos cafés, até nas casas de banho públicas levo com filas... Eu muitas vezes dou por mim a perguntar onde é que as pessoas se encondem durante o resto do ano, porque só saiem da toca no Natal. Já para não falar do consumismo nesta altura, porque toda a gente quer oferecer os melhores presentes para se destacar. Quando na verdade o Natal nem é sobre isso, mas as pessoas usam esta época do ano como desculpa para cometer excessos.
Outras das coisas que me faz dores de cabeça são as publicidade na televisão, na rádio, onde quer que seja. Eu já não posso com a Popota e com a Leopoldina, é sempre a mesma coisa todos os anos, uma pessoa começa a fartar-se. Só me apetece espetar a televisão contra a parede, mas depois lembro-me que sou eu que tenho que comprar uma nova. E aquele diretos todos manhosos que as televisões fazem lá para o dia 23 ou 24 de dezembro nos shoppings porque aquilo está à pinha? Amigos, as pessoas sabem, porque elas estão lá, as pessoas estão a viver aquilo, é assim todos os anos. Que informação dramática.
Não me podia esquecer da família, porque uma coisa que me irrita bastante, para além das tias que nos dizem que estamos mais gordas, são os primos mais novos. Todos temos aquele primo mais novo que vai perguntar "Tens jogos no telemóvel?" e vocês vão tentar arranjar mil e uma desculpas para não darem o vosso precioso telemóvel à criança. Ficam aqui algumas ideias: "estou sem bateria"; "não tenho memória para jogos"; "isto faz-te mal à saúde"; "vai para o raio que te parta". O pior é quando ele já não vos pede o telemóvel porque já tem um e vocês sentem-se cada vez mais velhos.
E os jantares de trabalho/faculdade e a relação com o "amigo secreto"? É das piores coisas que me pode acontecer no Natal. Os jantares com a malta da faculdade ainda se aguentam, uma pessoa compra assim uma coisa mais badalhoca-divertida e está tudo bem. Mas e a malta do trabalho? O que se compra nestas alturas? Imaginem que calha darem o presente ao vosso chefe? Vão dar o porco-mealheiro que compraram? O pior de tudo é quando os vossos colegas acham que vos conhecem minimamente porque vocês disseram que gostavam das músicas do Caetano Veloso e o gajo dá-te de presente um CD todo marado de funk. Sei que a intenção é que conta, mas vamos lá ter calma, não é bem a mesma coisa.
Termino com a cereja no topo do bolo: o trânsito. Acho que nem são precisas justificações. O trânsito é como aquele amigo que está convosco, mas que só fala ele. Só fala da vida dele, dos azares, das vitórias, de como ficou com prisão de ventre e não percebe como é inconveniente. O trânsito é igual.